E enfim eu
cheguei à conclusão, difusa, depois de tanto tempo confusa, que em mim não cabe
mais.
Não cabe
mais desejo.
Não cabe
mais em mim ciúme.
Raiva.
Felicidade.
Cumplicidade.
Esperança. E
eu posso afirmar, não cabe mais em mim saudade.
Por ser tão
extremista, eu sinto tudo muito literal, visceral. Sobra. Transborda.
E a persistência?
Essa minha teimosia, vazia, que insiste no que não existe baseado em qualquer
cisma de uma mentalidade totalmente sonhadora.
Ou doentia?
E vivi cada
dor, saboreei cada amargor, revivi cada momento feliz, e dupliquei os ruins.
Traguei
momentos como cigarros, que me matariam lentamente, letalmente e eternamente.
Querendo me enganar, me desvencilhar da idéia de vício, que alegava poder
largar.
E nessa
perdição, insana, eu buscava uma felicidade, um breve frescor, um pouco de ar
no meio do sufocamento que sofria. E que nunca provei. Eu sufoquei.
Vou levar
cicatrizes em coletivo, algumas feridas que vão ser sempre mexidas, talvez até
por outras pessoas, inocentes que sequer saberão como lidar com elas. Talvez
nem eu mesma saiba.
Mas tudo que
sobrava em mim, transbordava de mim e que não te cabia, por ser imposto ao
invés de recíproco, não cabe mais.
Não me cabe
mais desculpas, não me cabe mais sorrisos, não me cabe mais afago, não me cabe
mais teimosia, insistência, sadismo e tantos outros nomes que eu carregava em
mim.
Porque hoje
não me cabe mais você.
Não cabe
mais você em mim.
Dentro de
mim. Fora de mim.
Decreto
aqui, o fim.
Um fim.
E por
esvaziar meu eu, de tanta coisa que sobrava, hoje tenho espaços a serem
novamente preenchidos. Com positividade, luz, e o que – ou quem - mais de bom
quiser entrar.
Agora cabe.
Cabem coisas boas em mim. Pois eu permiti, libertei, me deixei, eu quis e
entendi que era pra ser assim.
Chegou ao
fim. E isso tudo não cabe mais a mim.
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