domingo, 22 de maio de 2011

Reencontros.


Eu estava lá. De novo.
Meus olhos inchados e vermelhos ardiam.
Lágrimas lavavam meu rosto.
Meus olhos só refletiam seu silêncio e sua imensidão ali, enquanto eu lhe confrontava.
- Porque ? - Perguntava aos prantos.
O vento passava pelas minhas costas e parecia me abraçar.
Silêncio.
- Eu estou fraca. Eu não aguento mais! É sempre assim... Tudo está muito bem, e do nada essa reviravolta... E tudo que eu recebo é silêncio e essa dor que eu estou sentindo? É isso?
Meus olhos buscavam respostas.
Elas não vinham e nem viriam.
Comecei a sentir repulsa. Repulsa de tudo ali.
Levantei-me depressa. Não ia ficar ali com aquele silêncio sepulcral.
Fui para frente do espelho e arrumei meu vestido. Observava o quão desmazelada eu estava depois daquilo tudo.
O ar faltava em meus pulmões. Começava a me acalmar quando olhei de novo.
Tudo que ainda estava preso e fazia mal dentro de mim, parecia magneticamente me colocar a sua frente de novo.
Choro. Mais choro.
E eu sentia dor de novo. Eu já a sentira antes, mas agora era excruciante.
E veio. Um calor, um desespero, uma angústia...
Cada pedaço do meu corpo tremia. Suava frio.
Te encarei de novo. Não conseguia sustentar mais o olhar.
Respirei, passei as costas das mãos nos olhos enxugando as lágrimas involuntárias.
- Espero sinceramente que essa tenha sido a última vez.
Decidida apertei a descarga. Pronto.
Estava finalmente aliviada.
Era a quarta vez que vomitava naquele mesmo dia.
Mal vejo a hora de chegar o sexto mês de gravidez e esses enjôos pararem de uma vez por todas.