quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Pacto

A quem você quer enganar?

Pra quem você gosta de mentir?

Sorrir apenas, não vai te ajudar...

Vista o personagem que te ensino como agir.



Seu bem acima do de todos.

Suas vontades saciadas a qualquer preço.

Não tenha dó, não tenha medo.

Vamos brincar de inventar segredos.



Escolha como quer ser visto.

Quer ser a vítima?

Quer ser o salvador?

Quer ser cruel?

Quer ser o bom amigo?

Temos opções combináveis para todos os tipos.



Siga comigo.

Mantenha seu estilo.

Mais importante que aprender a usar

É aprender a descartar.



Não pode sentir.

Não pode ter pena.

Você não sabe o que é isso não é?

E nunca saberá.


Dia a dia.

Lute .

Use.

Finja.

Minta.

Não há ninguém para se importar.



Palavras não lhe tocam.

Carícias não lhe afetam.

Qualquer demonstração

Lembre-se é sempre encenação.

Lágrimas. Falsas.

Sorrisos. Falsos.

Amor. Falso.

Dor. Falsa.

Somente a determinação da sua felicidade plena.



Estamos combinados?

Se enquadra perfeitamente?


Então, seja bem vindo ao meu mundo.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

O que me importa o amanhã

Se estamos aqui hoje.

Agora. Não,não venha me cobrar.

Só deixe rolar...

Peço. Suplico, imploro, quero,

Não. Quero, não sei se quero.

Se quiser, sem me explicar.

Oferecer e dar.

Me ouça, me guie,

Não me de palavras bonitas vazias.

Mas me encare, me olhe, não me cuide,

Me bata, me machuque.

Suor, lábios, ardor

Olhos, mãos, dedos.

Gozo.

Medo de olhar pra você.

Medo do que você pode enxergar olhando pra mim.

E mais um dia amanhecia e nós naquela cama.

Eu estava lá abraçada a você.

Acho que fizemos sexo mais vezes

Que pegadas na areia de uma praia no verão.

Você me olhava e eu fingia que dormia.

Me fez um carinho no rosto.

Virei o rosto e abri os olhos.

Me encarou. Me beijou. Me estudou

Não te encarava. Você saberia ler os meus olhos.

O que você quer de mim? – perguntou doce

O silencio em seguida me fez olhar nos seus olhos e dizer

- Tenho que ir. Estou atrasada – disse levantando mentindo

- Não vai me responder? – você sentando na cama

- O que você quer escutar? – disse calçando as sandálias te encarando agressivamente

- O que você quiser responder... – Disse dando de ombros com um riso bobo.

Peguei a bolsa, sai fechando a porta com força.

Uma resposta sincera. Era isso que eu deveria ter dado. E não fiz.

Hoje algum tempo já passou...

No elevador senti seu perfume e meu coração apertou.

Fechei os olhos e vi a vista da janela em cima da cama.

Eu podia continuar indo dormir com você todas as noites

e chamar aquela cama de nossa hoje.

Dividir a vida com você, te fazer o homem mais feliz do mundo.

Ser sempre sua.

Os tempos eram bons. E por nossa culpa eles não voltam mais.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Missão Cumprida

Eu ainda vejo o sangue nas paredes.

E eu não consigo chorar.Eu não consigo levantar.
As gotas caem aos meus pés.

Secam.

Poça. Poça vermelha em volta de mim.
Ela reflete.

Ela escorre formando um caminho até um par de pés.
Um passo para trás.
Vermelho.


Sinto dor. Por todos lados.
Dor porque você ficou. Dor porque você se fez. Dor porque você está.
E a dor que eu sinto ficou nas paredes.
E o sangue na minha boca não me deixaria mentir.

A lágrima que eu não permito cair arde.
Machuca dentro do peito.

Que jeito. Amarrada.imóvel.
Sendo observada e ouvindo sobre
as pequenas trágedias dos meus proprios segredos.

E nas paredes tem um cheiro impregnado . Que não é do sangue .Que não é de dor.
É o vermelho com cheiro de uma flor. É um perfume que só eu conheço e que eu conheço bem.

A flor com o perfume que eu quero que exista dentro de toda a dor que aquilo me causa.

E como dói.
É o meu sangue ali.

E é você quem está lá vendo.
Aplaude e ri.
E se vai.

Satisfeito.
Missão cumprida.