quarta-feira, 9 de junho de 2010

O que me importa o amanhã

Se estamos aqui hoje.

Agora. Não,não venha me cobrar.

Só deixe rolar...

Peço. Suplico, imploro, quero,

Não. Quero, não sei se quero.

Se quiser, sem me explicar.

Oferecer e dar.

Me ouça, me guie,

Não me de palavras bonitas vazias.

Mas me encare, me olhe, não me cuide,

Me bata, me machuque.

Suor, lábios, ardor

Olhos, mãos, dedos.

Gozo.

Medo de olhar pra você.

Medo do que você pode enxergar olhando pra mim.

E mais um dia amanhecia e nós naquela cama.

Eu estava lá abraçada a você.

Acho que fizemos sexo mais vezes

Que pegadas na areia de uma praia no verão.

Você me olhava e eu fingia que dormia.

Me fez um carinho no rosto.

Virei o rosto e abri os olhos.

Me encarou. Me beijou. Me estudou

Não te encarava. Você saberia ler os meus olhos.

O que você quer de mim? – perguntou doce

O silencio em seguida me fez olhar nos seus olhos e dizer

- Tenho que ir. Estou atrasada – disse levantando mentindo

- Não vai me responder? – você sentando na cama

- O que você quer escutar? – disse calçando as sandálias te encarando agressivamente

- O que você quiser responder... – Disse dando de ombros com um riso bobo.

Peguei a bolsa, sai fechando a porta com força.

Uma resposta sincera. Era isso que eu deveria ter dado. E não fiz.

Hoje algum tempo já passou...

No elevador senti seu perfume e meu coração apertou.

Fechei os olhos e vi a vista da janela em cima da cama.

Eu podia continuar indo dormir com você todas as noites

e chamar aquela cama de nossa hoje.

Dividir a vida com você, te fazer o homem mais feliz do mundo.

Ser sempre sua.

Os tempos eram bons. E por nossa culpa eles não voltam mais.