quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Missão Cumprida

Eu ainda vejo o sangue nas paredes.

E eu não consigo chorar.Eu não consigo levantar.
As gotas caem aos meus pés.

Secam.

Poça. Poça vermelha em volta de mim.
Ela reflete.

Ela escorre formando um caminho até um par de pés.
Um passo para trás.
Vermelho.


Sinto dor. Por todos lados.
Dor porque você ficou. Dor porque você se fez. Dor porque você está.
E a dor que eu sinto ficou nas paredes.
E o sangue na minha boca não me deixaria mentir.

A lágrima que eu não permito cair arde.
Machuca dentro do peito.

Que jeito. Amarrada.imóvel.
Sendo observada e ouvindo sobre
as pequenas trágedias dos meus proprios segredos.

E nas paredes tem um cheiro impregnado . Que não é do sangue .Que não é de dor.
É o vermelho com cheiro de uma flor. É um perfume que só eu conheço e que eu conheço bem.

A flor com o perfume que eu quero que exista dentro de toda a dor que aquilo me causa.

E como dói.
É o meu sangue ali.

E é você quem está lá vendo.
Aplaude e ri.
E se vai.

Satisfeito.
Missão cumprida.